Estamos vivendo uma época de constantes mudanças, de informações rápidas em que o conhecimento chega até as pessoas de forma muito mais acelerada do que há alguns tempos atrás.
A educação passa pelas mesmas mudanças da sociedade. São diversas as reestruturações, novas propostas pedagógicas, tudo para fazer com que a educação acompanhe o ritmo da evolução e atenda melhor os alunos.
E os alunos já chegam às escolas submersos pelas informações, pela tecnologia proveniente das mídias, da internet e dos games. Essas fontes são estimulantes, atrativas e educativas? Educativas? De que modo?
É possível dizer que a tecnologia auxilia na educação, porém não podemos esquecer o papel do educador nesse processo. A televisão, a internet, o computador em si, trazem muitas coisas boas, mas também, por outro lado, informações inaproveitáveis e de difícil interpretação.
O papel do educador surge neste aspecto como facilitador, mediador entre as informações e os alunos, sendo um auxílio para que eles cheguem até o conhecimento científico, ultrapassando o senso comum. Como afirma Veiga:
É preciso evoluir para se progredir, e a aplicação da informática desenvolve os assuntos com metodologia alternativa, o que muitas vezes auxilia o processo de aprendizagem. O papel então dos professores não é apenas o de transmitir informações, é o de facilitador, mediador da construção do conhecimento. Então, o computador passa a ser o ‘aliado’ do professor na aprendizagem, propiciando transformações no ambiente de aprender e questionando as formas de ensinar ( 2001, p.2).
Diante desse quadro, é possível defendermos a utilização da nformática como recurso pedagógico, tanto da internet, para a realização de pesquisas direcionadas pelo educador e para a comunicação por meio de e-mails, quanto no uso de softwares educacionais de diversos gêneros.
Para José Armando Valente (2002), pesquisador e escritor sobre novas tecnologias na educação, os computadores estão propiciando uma verdadeira revolução no processo ensinoaprendizagem, devido à variedade de softwares para auxílio deste processo, assim como a sua utilização tem provocado vários questionamentos a respeito dos métodos de ensino utilizados. Estes questionamentos são evidentes e talvez já esperados. Afinal, que professor não substituiria um método de aula expositiva, dominando a transmissão de conhecimentos e ensinando o que lhe parece importante, por uma aula atrativa, utilizando o computador, com a oportunidade de interagir com a máquina por meio de sites, softwares e jogos educacionais, ou de viajar pelo mundo pela internet, adquirindo conhecimento sem sair da sala de aula?
A informática é um importante instrumento, que pode ser muito bem aproveitado quando o educador mostrar-se capacitado para a sua utilização como um apoio pedagógico, trazendo a ferramenta tecnológica para proporcionar uma aprendizagem mais interativa, com significado e com os alunos construindo o conhecimento.
De acordo com Valente, o educador deve conhecer o que cada ferramenta tecnológica tem a oferecer e como pode ser explorada em diferentes situações educacionais. A experiência educacional é fundamental e permitirá que sejam selecionadas as ferramentas tecnológicas e as formas de trabalho com o objetivo de uma atuação pedagógica de qualidade.
Quando o educador estiver familiarizado com as questões técnicas da tecnologia, estará capacitado a explorar a informática em atividades pedagógicas com a interação entre os conteúdos de ensino, a desenvolver projetos educacionais com a utilização da informática como apoio pedagógico e saberá desafiar os alunos para que, a partir do projeto que cada um desenvolver, seja possível atingir os objetos pedagógicos que foram determinados em seu planejamento de ensino. Segundo Moran:
O primeiro passo é procurar de todas as formas tornar viável o acesso freqüente e personalizado de professores e alunos às novas tecnologias, notadamente à Internet. É imprescindível que haja salas de aulas conectadas, salas adequadas para a pesquisa, laboratórios bem equipados. (2004, p. 44).
Ainda segundo Moran (2004, p. 44), o computador “[...] nos permite pesquisar, simular situações, testar conhecimentos específicos, descobrir novos conceitos, lugares, idéias”.
Neste aspecto, cabe ao educador direcionar o uso da informática em busca de uma aprendizagem significativa, como o uso de jogos educativos e sites educacionais, e não apenas como uma fonte de recreação.
Desta forma, podemos crer que a informática é um incrível recurso no processo ensino-aprendizagem. Por meio dela é possível realizar ações, desenvolver idéias e construir conhecimentos que, em uma aula tradicional, talvez não fossem desenvolvidos.
A informática é um meio de trabalho atraente, com diversas possibilidades de interação, de comunicação e de crescimento pessoal e educacional. Porém, é responsabilidade do educador, conhecedor e integrado com seu instrumento de trabalho, proporcionar uma interação entre a tecnologia e seus alunos de maneira eficaz, fazendo que eles construam conhecimentos planejados de forma dinâmica e satisfatória.
É inaceitável que existam educadores que se recusam a adaptar seus métodos didáticos com a utilização das novas tecnologias, já que esta se mostra tão eficiente como recurso pedagógico, como reforçam Moran (2004) e Valente (2002).
O fato de alguns educadores não aceitarem a informatização, mostra o despreparo e o medo do novo que permeia as suas didáticas ou talvez a pretensão de acreditarem que seus métodos tradicionais produzem melhores resultados, já que afirmam que o computador dispersa a aprendizagem.
Contudo, é preciso que os educadores entendam a informática na educação como um apoio pedagógico e não como um novo método de ensino; que entendam que com a utilização da informática na sua ação docente será capaz de ampliar o seu papel de propiciar a construção do conhecimento pelos seus alunos.
Podemos citar um caso positivo na utilização da informática o uso do Visual Class como apoio pedagógico: um aluno do 2º ano do ensino fundamental tinha muita dificuldade de aprendizagem em sala de aula. Mas, para surpresa da sua professora, durante as aulas de informática o seu desempenho ultrapassava os seus limites, porque durante as aulas não desenvolveria e nem participava das atividades solicitadas pela professora; e nas aulas de informática, utilizada como complemento pedagógico, realizava as atividades e era um dos primeiros a terminá-las. Em algumas situações, a professora elaborou a mesma atividade aplicada em sala de aula e na informática e o aluno desenvolveu as atividades somente na informática. Questiona-se: seriam os recursos tecnológicos (som, imagem, música etc.) um estímulo a esse aluno? Esse testemunho foi dado pela sua professora durante uma reunião pedagógica, com a minha participação, com o intuito de fazermos uma auto-avaliação com os docentes em relação à utilização da informática na educação.
Nesse projeto, o professor elabora as suas aulas de informática e conta com o apoio do núcleo de informática educacional, ressaltando, que antes da implantação do projeto, todos os professores foram capacitados. E, para Valente (2002), o docente deve trabalhar nas aulas de informática e não um técnico.
Moran (2004, p. 46) afirma que o professor:
[...] de educador, que dita conteúdo, transforma-se em orientador de aprendizagem, em gerenciador de pesquisa e comunicação, dentro e fora da sala de aula...
Espero poder compartilhar esta conversa com meus colegas de profissão, para que reflitam a respeito da utilização da informática como recurso pedagógico e que os mesmos tenham a disposição para aventurar-se em “mudanças construtivas”, visando a uma transformação, pois, como diz Paulo Freire, somos seres inacabados, portanto em busca constante de aperfeiçoamento.
http://www.vivenciapedagogica.com.br/
È isso aí amiga!!Continuamos na batalha
ResponderExcluirGostei muito do texto, pois retrata a realidade sobre as tecnologias dentro das instituições de ensino. Essa questão de alguns profissionais serem contra o uso do computador e internet são pessoas que não sabem e/ou não tem conhecimento sobre como utilizar essa ferramenta como recurso didático pedagógico.
ResponderExcluir